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Na escola a gente aprende que a escravidão no Brasil teve fim com a promulgação da Lei Áurea em 1888. Será verdade? Você acredita realmente nisso? A escravidão moderna é um fato. É real e silenciosa, mas tem forma de números expressivos e alarmantes. São milhões de pessoas em todo o mundo cujos direitos humanos são violados todos os dias, de diferentes formas: trabalho escravo, trabalho forçado, exploração sexual, tráfico de pessoas, casamentos forçados e muito mais.

E essa não é uma uma realidade exclusiva em países pobres. Pessoas são forçadas à escravidão em todo o planeta, em países modernos, ricos e desenvolvidos também. A Fundação Walk Free reconhece, inclusive, que os países líderes em consumo são os principais mantedores desta triste condição. Artigos de tecnologia (laptops, computadores e smartphones), roupas, peixes, chocolates e açúcar de cana são os cinco principais produtos envolvidos na escravidão vigente no mundo contemporâneo. Conheça um pouco sobre esse tema e pense em que medida você pode contribuir para reverter esse quadro. O poder está em nossas consciências.

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Um problema presente no dia a dia

O trabalho escravo moderno se apresenta em diferentes modalidades. Todas elas responsáveis por corromper os direitos humanos. Por mais estarrecedor que possa parecer, a escravidão é proibida por lei, é defendida por acordos internacionais entre nações, mas é uma realidade no mundo de hoje. Uma das grandes frentes de atuação da Organização Interancional do Trabalho (OIT) é, justamente, o combate ao trabalho forçado, à escravidão moderna.

Não é passado, é presente. O trabalho escravo no Brasil acomete os trabalhadores da grande São Paulo ou do interior do Tocantis. Todos os anos os números divulgados pelos poderes públicos aumentam. Em 2018 foram 1700 casos de mão de obra em condições degradantes de exploração laboral no país identificadas pelo Ministério do Trabalho. A escravidão moderna está aí, entranhada no nosso dia a dia e, inclusive, nos nossos hábitos de consumo: na comida, na roupa, nos objetos eletrônicos, no turismo. Faz parte da nossa vida. A pergunta que não quer calar é: até que ponto somos coniventes com a escravidão moderna?

Trabalho forçado: uma forma comum de escravidão moderna

A escravidão moderna parece algo distante da sua realidade? Ledo engano. Se você come e se veste, você pode estar contribuindo indireta e involuntariamente para a escravidão moderna. O trabalho escravo está fortemente disseminado no campo, especialmente em grandes fazendas, seja na agricultura ou na pecuária, nos barcos pesqueiros e nas fábricas de roupas, mesmo daquelas marcas internacionalmente famosas. O trabalho forçado é um dos grandes males do mundo moderno e “evoluído” em que vivemos, que gera 150 bilhões de lucro todos os anos, segundo a Organição Internacional do Trabalho.

Você já parou para pensar que o trabalho forçado pode estar deixar rastro dentro da sua própria casa? São mais de 40 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem em situação de escravidão atualmente. E elas estão submetidas ao trabalho doméstico porque são pobres e não têm outra alternativa de sobrevivência. Ou são submetidas à servidão por dívida, porque foram enganadas pelas promessas de um trabalho em outra cidade ou foram vítimas do tráfico de pessoas. Ou trabalham em condições desumanas em plantações, fábricas de confecção têxtil, mineração e construção. A Organização das Nações Unidas afirma que na história da humanidade nunca houve um número tão grande de escravos quanto o que temos nos dias atuais.

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Exploração sexual e outros tipos de escravidão moderna

A exploração sexual é, sem dúvida, a principal forma de escravidão moderna. A estimativa é de que uma em cada cinco pessoas em situação de trabalho escravo é forçada a prestar serviços sexuais. casamento infantil forçado. A Organização Internacional do Trabalho estima que mais de 14 milhões de pessoas são vítimas da prostituição como trabalho forçado. É uma constante em países desenvolvidos e pobres e acomete a crianças, adolescentes e adultos, em sua grande maioria mulheres. O turismo sexual é, inclusive, um dos grandes motores da escravidão sexual moderna.

O casamento infantil forçado também é considerado uma forma de escravismo moderno. Os casamentos costumam ocorrer em troca de de dinheiro ou outros interesses, além da pobreza. A estimativa da ONG Ajuda em ação (Ayuda en acción) é de que 15 milhões de meninas são forçadas a casar, principalmente em países da África, América Latina e do sudeste asiático. As mulheres correspondem a 71% dos mais de 40 milhões de seres humanos escravizados no mundo atualmente, segundo a Fundação Walk Free (2018).

Como combater a escravidão moderna?

O trabalho escravo vem sendo combatido por diferentes organizações da sociedade civil nacionais e internacionais que lutam pela defesa dos direitos humanos, mas também pela Organização Internacional do Trabalho. Mas cada cidadão é capaz de fazer sua parte para que a escravidão moderna algum dia possa ter fim. A conscientização e a ação da população é, sem dúvida, um dos recurso mais fortes de combate à escravidão em suas mais diferentes formas, desde o trabalho forçado à exploração sexual.

Todos os dias milhões consumidores compram produtos alimentícios e roupas, por exemplo, produzidas por pessoas que são forçadas a trabalhar. No Brasil existe, inclusive, um aplicativo chamado Moda Livre que te permite consultar as condições de trabalho de grandes empresas de roupa vendida no país. A Secretaria Especial do Trabalho e da Previdência do Governo Federal também divulga com frequência a Lista suja do trabalho escravo. Não é tão complicado assim adotar o hábito de consumo consciente, você pode salvar vidas ou estar sendo conivente com a escravidão moderna.